terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Receita para um ano novo feliz

Eu tava engolindo sem mastigar e aceitando de cabeça baixa tudo o que foi me dado (sem pedir). Resolvi bater o pé e fazer diferente dessa vez. Se gritar adiantasse, eu já estaria sem voz. Mas questão não é essa, a vida passou e os minutos tem se mantido estáticos, assim como... eu.
Será que adianta assistir a vida passando, simplesmente cruzar os braços, impotente, se sentindo vítima dos teus próprios temores?
Joguei o dado e esqueci de fazer a aposta. Mas quer saber? To me lixando pra todas as regras impostas pela sociedade.
Eu disse pra minha alma que seria diferente dessa vez, xinguei os mendigos, atropelei as formigas e dei um soco na cara do terapeuta e de todas as fantasias estúpidas desaceleradas que vagam pela minha mente sem permissão.
Comecei o ano com o pé esquerdo, pisei na merda, não fiz promessa, não pulei as sete ondas e esqueci de comer a lentilha. Topei que começar o ano de trás pra frente talvez pudesse me dar sorte ou pelo menos mudar a rota do azar. Grande bobagem. Mas antes de dormir ainda tinha esperanças, falei com Deus, Ele não me respondeu. Só ouviu minhas lamúrias e pesares sobre a minha ingratidão por tudo que tenho. Grande bosta. Eu sou uma bosta.
Mas me senti culpada, pedi desculpas pra Ele, lembrei de problemas reais que eu não tenho.
O ano começou e eu nem senti. Abri os olhos e achei que estava no inferno, mas era só sol que entrava pela manhã no meu quarto. Quando percebi estava na mesma rotina de 2009. Olhei pela janela, inspirei o ar abafado de país tropical e pensei: Nossa! Que mudança drástica!
Mas a verdade é a seguinte, nasceu dia, nasceu noite e a vida vai ser essa, o caminho não pode mudar, mas podes trocar de carro e acelerar ou resolver ir a pé, naquela mesma pressa de antes, esperando as coisas virem ao teu encontro, e infelizmente isso não vai acontecer.

Foi então que levantei a bunda gorda da minha cama e fui atrás.
Fui atrás da minha mãe e perguntei o que tinha para o almoço.