terça-feira, 31 de março de 2009

Vegetal


Ela abre os olhos pela manhã e sabe que será mais um dia difícil.
Sente um peso imenso forçando o seu corpo, forçado sua alma. Ela não consegue fazer nada nem por ela e nem por ninguém. Vegeta o dia todo. Como se tivesse sofrido um acidente gravíssimo, pendendo entre a vida e a morte, mas a diferença é que ela está viva, e de pé. Olhos abertos, se odiando por aquela força ser maior que ela. Se odeia pelos outros, se odeia por existir.
Ela queria fazer diferença, queria ser uma estrela do rock ou uma atriz famosa. Queria ser inteligente. Queria viajar, conhecer o mundo todo. Ela sempre quis muita coisa, mas sempre esteve reduzida a quase nada.
Procura motivos, culpados para essa dor, mas não importa o que ela escute, não importa o que ela veja, ela está morta. Morta por dentro, cega e surda.
Mas ela sabe! Sabe o que tem que ser feito! Mas é como se um outro alguém estivesse vivendo a vida por ela. Alguém que ela não vê e não escuta, mas sente todos os seus passos, sabe todos os seus medos e sabe que esse alguém é alguém muito mau.
Ela não tem ninguém por ela, pra gritar o seu nome. Ela não tem esperanças. Ela não tem coragem, ela não consegue dar um passo a frente. Ela não tem vida, apenas existe. Vive no automático.
Ela olha para o nada, passa o dia inerte, mas sente como se tivesse carregado o peso do mundo e isso a cansou fisicamente. E tudo que ela tenta absorver da vida que há em sua volta a cansa mentalmente.
Quando ela vê, o dia terminou e ela não fez nada. Não teve forças pra isso. Não que ela não quisesse, mas simplesmente, não conseguia.
Mesmo assim o dia foi exaustivo, longo demais. O dia atormentou os seus cinco sentidos. Tudo que ela via era cinza. E a vista belíssima de sua janela não tinha valor algum.
Ela sabe que esse não será o primeiro e último dia em que se sentirá assim. Esse não foi o único. Talvez, amanhã será outro dia como esse, até que suas energias voltem e façam com que ela tenha forças para fazer o que precisa ser feito. Mas ela reza todas as noites para se livrar dessa mal que a persegue. Ela reza para a mente dela não ser insana. Ela reza pra fugir da genética. Ela reza e dorme... E essa será mais uma noite longa, sem forças e sem um sono completo, com sonhos pela metade...

domingo, 15 de março de 2009

Poeminha


Corri, voei, procurei e não encontrei
O que quer que eu procurasse, de tanto, cansei.
Não importa pra onde olhasse, nada podia ver
Pois de nada adianta olhar para fora quando a resposta está dentro de mim, eu sei.


De você já esqueci e de tanto esquecer ainda lembro
De dores mal curadas, culpas que eu não me esqueço.
E eu me questiono porque desse mal eu ainda padeço
Pois você já foi embora e eu procuro em outros rostos o amor no qual mereço.

A vida continua e os problemas também
Minha família é imperfeita, nunca nada está bem;
Eu sei que eu relevo, mas muitas vezes me descontrolo;
Por motivos alheios a minha vontade, mas quem sabe um dia eu me porto.

É foda viver assim, entre altos e baixos
Mas entre trancos e barrancos eu ainda me acho
Ainda estou perdida e não sei o que fazer
Estou quase me formando, sem emprego e namorado, sem dinheiro e o que comer (Pois eu quero emagrecer)

Eu tenho esperanças de um dia ter a família dos sonhos
Seja a minha atual ou a que formarei daqui a alguns anos
Eu sinto muito pelo meu passado, mas tenho gana pra mudar;
Tudo o que estiver ao meu alcance, tenho certeza que irei tentar.

Pra realizar todos os meus desejos eu sei que dinheiro eu precisarei ter;
E viver anda muito caro, até pra morrer.
Eu preciso estudar, passar em algum concurso, mas não tenho ânimo.
Era pra eu advogar, mas não levo jeito pro negócio;
A solução talvez seja casar com um homem rico ou me tornar famosa.


Enquanto o que eu escrevo não se realiza,
Vou ficando por aqui, pois nem meus textos para ler, ninguém se habilita;
Mas se por uma eventualidade isso ocorrer,
beijomeliga.