quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Algo mais...

Essa folha em branco me assusta. O que for colocado nela só depende de mim e eu sei que o que aflora de dentro pra fora é uma imensidão. Não há só uma bipolaridade, e sim, tripolaridade, múltiplas e inúmeras personalidades antônimas. Eu quero o agora, mas temo pelo futuro. Eu quero a perfeição, mas a ansiedade prejudica. Eu quero a felicidade infinita, mas a solidão profunda me atinge. Chorar pelo que? Pra que? Ninguém poderá se sentir tão feliz a ponto de ser feliz por mim mesma. Me sinto telespectadora da vida. Vejo histórias sendo feitas e desfeitas em minha frente, eu interfiro, eu faço acontecer, mas nunca obtenho o resultado pretendido. To sempre á frente, querendo antecipar tudo! Quero que o agora seja ontem e que o interminável comece hoje. Rezo sem mais clamor. A esperança se tornou apenas uma palavra sem sentido e o amor inalcançável. E não estou me queixando. Felizmente pude viver histórias intensas, inesquecíveis que me tiraram o fôlego. Histórias dignas de filme. Mas não dá pra viver de passado. O mundo ta aí! Correndo diante dos meus olhos e eu sempre buscando algo que não sei de onde vem. Talvez eu tenha me perdido em mim mesma e continuo me procurando. Cada ano que passa, cada dia, cada semana, me faz temer. Quem sabe, eu nunca me encontre. Quem sabe...
A metade que se perdeu dentro de mim pode estar nas mãos de alguém que nunca venha ao meu encontro e eu me iludo mais uma vez. As pessoas erradas entram no meu caminho, atrapalham meus pensamentos, mas nenhuma delas pode me dar o que preciso.
A mera existência dói. Os dias se tornam cansativos e não existe ânimo para coisas banais. A existência dá preguiça, dá medo, a existência dá raiva e vontade de não existir na maioria das vezes. Quem é o culpado? Não posso subestimar o que sinto e o que penso, sabendo que são as coisas mais valiosas e preciosas que possuo. A existência, ainda que pesada, vem da sinceridade de cada palavra, cada nostalgia, cada angústia e depressão que correm por minhas veias e me corroem ao chegarem no meu âmago.
Hoje eu admiro a tecnologia. Botões de liga e desliga, Técnicos, assistentes, profissionais! Pra tudo há um jeito. E Quando não há é simples, joga-se fora, compra outro.
Na vida espera-se morrer. Ou espera-se por um milagre. Apesar de ainda não compreender o sentido de tudo e nem da vida, eu não queria morrer. Deve haver algum propósito nisso tudo. Quanto ao milagre é o que me mantém viva. É a sua espera que me acalma ou me atormenta dependendo do dia.
O dia em que o milagre passar pela minha porta, certamente me trará coisas mais bonitas para escrever além de lamurias. Ainda hei de me tornar poeta! Não poeta da tristeza, dos chorosos, das tragédias! Serei poeta do amor e da esperança e comprovarei que quem espera alcança e milagres existem. Até lá, acabo esse texto com um ponto final, uma noite de sono e mais uma espera atrás da outra.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ressaca Emocional

Depois de uma virada em que o ano passou voando e a gravidade passa a interferir no teu corpo, não podia ser diferente: A ressaca foi Federal! Loucuras cumpriram a promessa da noite, mas apesar das constantes mudanças ao meu redor, o arrependimento bateu de novo. A essência continua imutável. Cheguei em casa com medo, igual a uma criança que acabou de aprontar e tenta passa desapercebida pelos pais para se livrar do castigo.
Eu queria trocar de alma. Esse negócio de "lavou, tá limpo" não funciona comigo, pois por mais lavagens que se faça, a matéria desgasta e as marcas do tempo não saem. Então, joga-se tudo fora, compra-se outra coisa qualquer pra substituir e infelizmente, se eu colocasse um dublê no meu lugar minha mãe perceberia e o barraco estaria armado.
As simpatias e esperanças nessa virada passaram batidas. Essa publicidade toda em cima da espera do ano novo já não me engana mais. Perdeu-se o encanto. É só mais uma desculpa estúpida para encher a cara. É só mais uma desculpa para jogar na mega-sena sabendo que as chances de tu começar o novo ano milionário são ínfimas. A palavra esperança ficou pela metade, virou espera mesmo. O "ança" não sei onde foi parar. Deve ter sido digerido junto com o banquete do réveillon. E agora? O que eu faço com metade dessa palavra? Eu tento ignorar, mas acordar todos os dias sem um bom motivo pra ser feliz me lembra a espeça. A espera de resultados, recompensas, milagres. E tanta filosofia já não cabe mais na ponta do lápis. São muitos os pensamentos e palavras das quais surgem à mente para algum entendimento e somem sem mais nem menos, sem deixar vestígios e respostas.
Continuo acreditando em um novo ano. Ano esse do qual me faz crêr que devo deixar de fazer parte da minoria dos seletistaa, apaixonados e esperançosos e me juntar aqueles que vivem a vida sem regras e amores. Acordar ao meio-dia com uma lata de cerveja na mão vendo a pança crescer e se programar pra night do dia.
Eu quero uma chance pra minha vida. Aquela em que tu não pode perder o bonde de tão raro e disputado quanto a mega-sena. Quantos iguais a mim esperam por essa chance? Será que ela existe? Será que eu existo?

Tokio Hotel: Monsoon - The Game